SÓ HÁ UM TRUMP

SÓ HÁ UM TRUMP

 

2.996 pessoas morreram no atentado às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.  Em resposta George W. Bush liderou uma coalização militar multinacional invadindo o Iraque. Dez anos depois (2011), o governo dos Estados Unidos anunciou o encerramento da Guerra do Iraque. 4.487 militares americanos morreram em combate e a revista especializada The Lancet estimou em 654.965 o número de morte de iraquianos a maioria civis. O economista prêmio Nobel Joseph Stiglitz estimou o custo real da Guerra do Iraque em 3 trilhões de dólares levando em conta os impactos adicionais na economia dos Estados Unidos.

Recentemente, Donald Trump retirou as tropas da Síria. Ao abandonar a estratégia de guerra para o Oriente Médio declarou que foram gastos 7 bilhões, inutilmente. A Fox News, defensora do presidente americano, comentou em sua página digital: 'Ao afastar-se lentamente dos combates em lugares que se estendem desde o Afeganistão à Líbia, pode focar mais nosso poder militar na principal ameaça aos Estados Unidos no mundo: a China'.

John Bolton, comentarista de política internacional dessa emissora, foi escolhido por Trump para conselheiro da Casa Branca para Segurança Nacional. Bolton é um “falcão” (“Hawk”), termo usado para políticos norteamericanos que optam por soluções agressivas como a guerra. Ele declarou que a prioridade americana está em combater a “Troika da Tirania”, expressão que criou para identificar a Venezuela, Cuba e Nicarágua.

Bolton, como emissário de Trump, visitou Bolsonaro em sua residência (29.11) sendo recebido com continência do, então, futuro presidente. Veio comunicar a estratégia de mudança do teatro de operações militares do Oriente para a América Latina e a formação da unidade de ação entre Estados Unidos, Colômbia e Brasil.

O Brasil está prestes a participar do Circo de Horrores americano a ser instalado na Venezuela, pois o traço da política brasileira atual é de alinhamento total, absoluto e incondicional com os Estados Unidos. O Brasil terá oportunidade de assistir ao vivo e a cores as dores de uma guerra e verá muito mais mortes que de Brumadinho.

Há comparação com a situação terrível pela qual passa a população de Brumadinho. Catástrofes e guerras são semelhantes em relação às mortes humanas, de animais e prejuízos ambientais. Elas acontecem porque a inteligência humana falha pela ação ou pela omissão e coloca todos em risco. A prioridade é a ganância, o lucro, a ambição doentia, o individualismo e o egoísmo dos que detém o poder e a força.

“É mais importante dinheiro ou pessoas?”, escreveu Marcio Paulo Barbosa Pena Mascarenhas em uma rede social em fevereiro de 2018. Ele foi proprietário da Nova Estância, pousada dos arredores da Vale em Brumadinho (MG). Seu corpo foi encontrado nesta quarta-feira (30). O de seu filho Márcio no dia seguinte e de sua esposa, Cleosane, já havia sido encontrado na segunda-feira (28).

A função da dor que hoje todos os brasileiros passam com a tragédia da Vale é ampliar os horizontes para vislumbrar acontecimentos que estão por vir.

Todos os esforços devem ser feitos para se evitar futuras catástrofes como a guerra que se prenuncia da qual o Brasil jamais deverá tomar parte, principalmente, sendo em país vizinho e amigo. Inimigo da Venezuela é Trump. E Trump é um só, felizmente.

O Presidente dos brasileiros é bom já ir se acostumando que a comparação com o mesmo é ridícula, o próprio Trump se encarrega da humilhação.

Numa convenção de fazendeiros em New Orleans (14.01.2019), Trump disse:  “O Brasil tem um grande novo líder. Eles dizem que ele é o Donald Trump do Brasil. Você acredita nisso? Mas ele gosta disso”.

A secretária de imprensa Sarah Sanders contou no Twitter que ele desejou dizer: “só havia um Donald Trump”.