BATALHA DE ALJUBARROTA

BATALHA DE ALJUBARROTA

O mundo é dividido em opostos noite e dia, frio e quente, capitalismo e comunismo e assim por diante. A realidade é polarizada e a ideia e o pensamento surgem da comparação entre duas opções. Os cientistas franceses são diretos e criaram o princípio: “todo conhecimento nasce da comparação”.

Na tentativa de procurar explicação para a terrível carnificina de Suzano se faz comparação com os assassinos da Columbine (EUA), onde os atiradores fizeram 13 mortos em 1999 ou o assassino de uma igreja do Texas que causou a morte de 26 pessoas em 2017. Eles são comparados aos atiradores americanos, usavam roupas pretas e máscara com figura de caveira. Outra avaliação se faz com o jogo de games violentos, o uso de arma de fogo e armas medievais como a machadinha e a besta. Uma das vítimas, felizmente, salva foi internada com a machadinha enterrada nos ombros.

O motivo será melhor esclarecido pela psicologia, psiquiatria ou psicanálise dado o delírio psicótico consumado. Será análise comparativa da confusão mental entre o mundo real e o virtual do vídeo game. Este estado mental se chama alienação. É a fuga da realidade e inclui como motivos as contradições na condição socioeconômica. O “games over”, copiando a língua dos americanos para fim do jogo, é o suicídio.

No futebol de antigamente, torcedores da grande rival Argentina, provocavam os brasileiros aos gritos: “macaquitos!”.  No Brasil, terra da banana, trocava-se o guaraná pela Coca-Cola. Era a crítica do espírito nacionalista argentino contra o costume brasileiro de imitar e plagiar americanos.

Ao comentar o caso de Suzano o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli sentenciou: “Não é aceitável que o ódio entre na sociedade. Violências como essa não fazem parte da nossa cultura”. O ódio e a violência são uma cultura importada.

A civilização brasileira é miscigenada, morena, tropical, solidária e da paz, esteticamente, mais rica e bela se comparada com a outra, monocromática, branca, olhos azuis, exploradora e em guerra perpétua. Até Bolsonaro é fina estampa comparada à imagem suína de Trump. Muitos, porém, se referem orgulhosos ao presidente brasileiro como “Trump Tropical”.  São os ‘macaquitos’ e o comportamento tem nome, aculturamento. Ocorre quando uma cultura é dominada por outra. Os brasileiros dão outro nome, melhor que dos argentinos: “complexo de vira-latas”.

Dia 19 deste mês haverá o encontro de Bolsonaro com seu ídolo, Donald Trump. Em comércio corre o risco de perder já que os EUA são concorrentes do Brasil. O risco maior será Bolsonaro receber a incumbência de liderar a guerra contra a Venezuela.

A guerra é um detalhe para o alinhamento completo com Washington e a Cia. Na economia, desde Temer, já é subalterna e tem provocado milhares de sofredores, desemprego, fim dos sindicatos e relativização dos trabalhadores. Para salvar os bancos será sacado da conta dos mais pobres 1 trilhão de reais em dez anos usando como pretexto a reforma de previdência. Assim, também, os idosos serão jogados na vala comum dos desvalidos.

Esse é o jogo da vida brasileira. A população participa sem notar que se compara aos jogos virtuais. Os “games” da realidade produzem o quadro assustador de Suzano aos milhares.

Na cena do crime foi encontrado um revólver calibre 38 que é o símbolo da campanha eleitoral, há lógica. Mas, a besta é simbólica.

Foram os besteiros que deram vitória para Portugal se libertar do Reino de Castela em Aljubarrota, em 1.385.

A besta encontrada na chacina de uma Escola Estadual em Suzano é o simbolismo do Ministro da Educação. É um guerreiro medieval do Século XIV, ou, seria a própria besta.