SE CORRER O BICHO PEGA

 

SE CORRER O BICHO PEGA...

 

A eleição de 2018 está, praticamente, definida. O azul ficará de fora ficando no páreo o vermelho, o amarelo e o verde.

Lula dispara na intenção de votos. Bolsonaro têm a metade dos votos de Lula e Marina a metade de votos de Bolsonaro: 39%, 19% e 9%, respectivamente. A pesquisa foi realizada após o registro dos candidatos no STE, os resultados são os mesmos no MDA/CNT, Datafolha e Ibope.

A Datafolha (23/08) mostra mais, que o PT atinge a 24% da preferência partidária. O PSDB e o MDB vêm em seguida com 4%.

É o maior desempenho de Lula em toda trajetória marcada por 5 candidaturas anteriores (1989, 1994, 1998, 2002 e 2004). Da mesma forma, o PT alcançou neste ano o índice mais alto desde 2014.

“Estrela de Lula em ascensão choca mercados”, diz o New York Times. E a agência britânica Reuters assinala: “o candidato de centro-direita favorito dos empresários, Geraldo Alkmin, continuou emperrado em um dígito”.

Esses dados explicam a alta sucessiva que vem sofrendo o dólar. O ataque contra o real já começou embora as eleições sejam em outubro. A batalha eleitoral se trava em outro campo o mercado de câmbio de moedas. O fato não é novo, o Brasil passou pela crise cambial em 1999 após a vitória de FHC. O país estava enfraquecido, contava com 39 bilhões de dólares de reservas cambiais, hoje está na casa de 400 bilhões de dólares. A crise cambial virá com força total após as eleições, a alta do dólar interfere nos preços, principalmente, de 10 produtos da cesta básica. O mercado tentará castigar a população pelo resultado eleitoral como fez com a Venezuela e está fazendo com a Turquia. O novo presidente eleito terá pela frente esse desafio que não se resolve armando a população com revólver e dando licença para matar. Isto se chama antipolítica.

Talvez, se as expectativas fossem invertidas, Alckmin em primeiro lugar de intenções de voto e Lula fora do páreo, a batalha do câmbio não acontecesse. Alckmin, representando a continuidade do governo Temer, acalmaria o mercado. Mais difícil se torna acreditar que o Brasil sobreviveria os próximos 4 anos, teria que contar com um milagre que faça aparecer empregos para o povo ou então mantê-lo quieto e parado. A política de Temer é conservadora pró-mercado e não voltada para as necessidades da população.

Primeiro Dilma depois Lula, a ordem do mercado é para limpar o Brasil dos ‘petralhas’ e a Lava Jato fez a revolução na política nacional, mantendo Lula preso e, virtualmente, inelegível.

Aos poucos as nuvens se dissiparam. Não há mais dúvidas que não foi a “pedalada fiscal” de Dilma nem o Triplex do Guarujá que afastaram a presidente eleita e agora impedem que Lula representando 57 milhões de votos estejam com ele, igualmente, na prisão. Mas, foram os interesses econômicos, especialmente, o sistema financeiro nacional e internacional chamado de mercado.

O mundo volta os olhos para o Brasil para saber a decisão do judiciário se irá escolher os valores da democracia ou o interesse do mercado. Deixará Lula livre para se candidatar ou para mostrar que tem, também, potencial de transferência de votos e eleger Fernando Haddad.

...SE FICAR O BICHO COME.