O SUSTO E O SUS

O SUSTO E O SUS

Jair Bolsonaro foi vítima de violência, levou uma facada. A agressão perfurou os intestinos, cortou uma artéria e teve hemorragia grave. Sua vida foi salva pela competência da equipe médica da Santa Casa de Juiz de Fora/MG que livrou a nação de um pesadelo.

O pagamento foi feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A equipe médica receberá R$ 367,00 pela cirurgia e o hospital R$ 1.090,80 para cobrir despesas.

Esses acontecimentos não se encerram e levam a outras informações.

No programa de governo registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Jair Bolsonaro mostra que ele não pretende aumentar os recursos para o SUS, considera excessivos os gastos com a saúde.

O SUS vai completar 30 anos no próximo mês e não recebe a atenção política para que o brasileiro possa chamar o Sistema de seu. Os candidatos de direita, ou extrema direita como é Jair Bolsonaro, são pela privatização do atendimento médico-hospitalar passando a população a pagar planos de saúde particulares. Paulo Guedes, o “Posto Ypiranga” de Bolsonaro e seu futuro Ministro da Fazenda, disse que a ideia é privatizar tudo.

O êxito do atendimento prestado ao candidato em Juiz de Fora prova que o SUS funciona e que atende independente das condições socioeconômicas do cidadão.

O Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona da Mata, divulgou nota pública em que destaca a importância do SUS e o sucesso do atendimento prestado ao presidenciável. O próprio Jair Bolsonaro disse “equipe maravilhosa e abençoada por Deus detectou e evitou que o pior acontecesse”.

É evidente que Bolsonaro foi pego na palavra, a contradição entre seu programa político e o risco de vida que ficou ameaçado.

É inegável que seu discurso e gestos irreverentes gera um potencial de emoções que faz surgir ações violentas. Desqualifica as mulheres, negros, índios, grupo LGBTs, deseja ser identificado pelos seus seguidores como “mito”.

Assim, o eleitor vota não pelas qualidades do candidato, mas pelo desprezo que ele faz dos cidadãos, reunindo o ódio com a política o que provoca graves consequências.

O agressor Adélio Bispo de Oliveira é o resultado, diz ele: “Eu, como milhões de pessoas, pelos discursos da pessoa referida [Bolsonaro], me sinto ameaçado literalmente, entendeu? Me sinto ameaçado, como tantos milhões de pessoas, pelos discursos que o cidadão tem feito, aquela certeza de que cedo ou tarde vai cumprir aquilo que está prometendo tão veementemente pelo país todo contra pessoas como eu exatamente”.

Outro resultado surgiu no Facebook a formação do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” no domingo (09). Em apenas três dia reuniu mais de 700 mil mulheres com o lema “votem em quem quiserem, menos no candidato do PSL”. Elas se preocuparam que a facada pudesse aumentar os votos em Bolsonaro.

As mulheres somam 52,5% do eleitorado, a última pesquisa da Datafolha mostra a rejeição do candidato, 49% das mulheres não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro. O último Ibope (11) mediu as intenções de voto após o atentado, foi menor que o esperado, em cada 10 eleitores, 8 são homens para cada 2 mulheres que votam em Bolsonaro.

A facilidade na transferência de votos de Lula para Haddad o coloca no segundo turno. Bolsonaro disputa com Alckmin a segunda vaga, é a tendência demostrada pela pesquisa da Vox Populi ontem (13).

Significa que o brasileiro continua contra o radicalismo e a violência e deseja mais SUS e menos susto.