CALCANHAR DE AQUILES

CALCANHAR DE AQUILES

 

Aquiles é mito da Grécia antiga, o guerreiro invencível que tinha o calcanhar como ponto fraco. Sua morte foi ocasionada por uma flecha envenenada que atingiu esse ponto. ‘Calcanhar de Aquiles’,  é modo de dizer que há um ponto fraco.

Os eleitores de Jair Bolsonaro o apelidaram de “mito”. A lógica pode estar no seu calcanhar. O ponto fraco do candidato são as mulheres.  Ele tem dificuldade para chegar nas eleitoras. Se for derrotado poderá atribuir a elas a causa do fracasso.

É inédito na vida nacional tamanha mobilização das mulheres e os resultados que obtiveram em tão pouco tempo. O grupo da mídia social denominado “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” ganhou adesão em poucos dias aproximando de 3 milhões de mulheres. 

É um fenômeno político extraordinário da democracia digital. Os cientistas políticos, sociólogos, antropólogos, da informática e demais correlacionados terão que estudar o comportamento coletivo das mulheres da era digital. Elas descobriram a ferramenta eficiente para unir e sair em defesa de seus direitos menosprezados. As eleições de 2018 serão marco histórico do alto significado cultural da oposição franca ao machismo e misoginia que é a aversão à mulher. Bolsonaro será reconhecido pelo avesso, suas falas agressivas cheias de preconceitos contra as mulheres foi o mesmo que chutar enxame de abelhas africanas. Elas deram o basta “# ELE NÃO”.

As mulheres não aceitam mais a opressão e a desigualdade entre homens e mulheres na sociedade. Não aceitam mais as ideias conservadoras que falam da mesma sociedade onde elas nunca tiveram voz nem vez.  Mostram que falta a Bolsonaro a ligação com os problemas da sociedade que tocam às mulheres.

São elas as vítimas da violência real dessa sociedade. São elas que apanham e são estupradas a cada 11 minutos a somar 500 mil mulheres estupradas por ano no Brasil. Não é possível aceitar o candidato que diz “não te estupraria porque você não merece”. As taxas de feminicídio são as mais altas do mundo e os crimes passionais são cada vez mais comuns. Não se é a favor do aborto e ao mesmo tempo permitir ao homem cultivar a poligamia. Depois, não se trata de defender apenas o feto e esquecer a vida do início ao fim. Assim como, de ser a favor do armamento, da morte de gays, de fuzilar pessoas, de metralhar os de opinião contrária e de usar o símbolo dos dedos como arma a glorificar o “Matarás!” (Nada é mais distante do cristianismo).

Não é considerar a mulher inferior e dizer: "Tenho cinco filhos. Quatro foram homens e na quinta dei uma fraquejada". Pois, são elas que gastam três horas a mais entre afazeres domésticos e o trabalho e recebem salários 30% em média inferior ao homem.  Não é possível estar certo que as mulheres devem ganhar menos que os homens como defende o presidenciável do PSL.

Resultado, 49% das mulheres não votam em Bolsonaro de jeito nenhum.

Esta situação levou a coordenação da campanha a considerar que o discurso do candidato fosse ajustado ao modo moderado. Criou-se uma encruzilhada, pois como fazer isso sem decepcionar seu eleitor que é radical e de maioria masculina, branca e morador do Sul.

No último vídeo Bolsonaro já aparece com sua linda filhinha Laura.

Uma mulher, como as outras, a imagem do calcanhar de Aquiles que poderá derrotá-lo.