ESTÁ TUDO COMO DANTES

ESTÁ TUDO COMO DANTES

 

É dever do cidadão civilizado, democrático, aceitar o resultado da eleição, cumprimentar o futuro Presidente Jair Messias Bolsonaro pela vitória e desejar que faça bom governo para o Brasil.

Essa manifestação pessoal é extensiva aos lindoienses representados por 83% dos votos do município que ajudaram a eleger o novo presidente da nação, parabéns!

Plagiando o título da novela da Globo, “O tempo não para”.

As eleições são apenas um momento da vida democrática. A responsabilidade do cidadão com a ordem e o progresso do país não termina com a digitação na urna eletrônica. A opinião pública deve estar constantemente mobilizada para evitar problemas como o principal deles, a corrupção. O carro chefe da campanha eleitoral que gerou o sentimento de antipetismo e derrotou Fernando Haddad, justo ou não, foi a corrupção. O combate à corrupção é uma agenda política brasileira e não apenas emblema de campanha. A Lava Jato atingiu à Câmara dos Deputado e ao Senado, com honrosas exceções, a todos os políticos e interferiu nos resultados eleitorais. Foi o que se viu de uns tempos para cá políticos vestidos de carapaça de conduta ilibada revelados na realidade espertalhões, oportunistas, festeiros do dinheiro público. À desmoralização da política patrocinada pela atividade da Lava Jato levou à impressão de que ninguém está acima da lei e a decisão do juiz é infalível como a de um Papa.

A palavra política foi riscada do dicionário de muita gente. Seria ela a ocupação de pessoas que não conseguem se projetar sem manchar seu nome. O político seria como barata que nunca vê melado quando isso acontece se lambuza toda.

Desde 2009, quando a Lava Jato iniciou, a política vem sendo vista pelo seu crivo inquisidor e a destacar, pelas notícias diárias da imprensa, a imagem do Juiz Sergio Moro.

Deve-se a esse juiz a celeridade processual e a sentença que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o impediu de obter o registro de sua candidatura.

É de conhecimento público de que Lula candidatado teria grande chances de vitória no primeiro turno. É inegável que o desempenho no campo jurídico do Juiz Sérgio Moro alterou, totalmente, a disputa eleitoral e favoreceu a vitória daquele se que se consagrou como maior adversário de Lula.

É assombroso, agora o mesmo juiz que impediu a vitória de Lula favorecendo a Bolsonaro tenha aceitado ser Ministro da Justiça no novo governo, notícia do dia de hoje (01.11).

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, havia declarado pela imprensa a intenção de convidá-lo para o Ministério da Justiça ou para o Supremo Tribunal Federal quando abrisse vaga. Provavelmente, será esse os futuros passos do juiz patrimônio moral do combate à corrupção. Galgará primeiro o degrau do Ministério da Justiça para depois galgar o outro que é o STF. Surge assim o fantasma do crime de tráfico de influência* como são muitos deles na Lava Jato.

Ao abandonar a função que exercia no Judiciário para pertencer ao Executivo Moro se tornou político de fato. A Lava Jato perdeu seu melhor quadro.  A política venceu o confronto com judiciário e continua acima de todos.  

Faz lembrar a frase do general Junot, braço direito de Napoleão, às margens do Rio Tejo: “Está tudo como dantes no quartel d’Abrantes”

 

Tráfico de influência é um crime. No Código Penal, o artigo 332 explica:

solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função”.