TUDO SE RELACIONA

TUDO SE RELACIONA

 

Comentava-se que o poeta Joubert de Carvalho compôs “Maringá” em Thermas de Lindóia.  Ele era médico, teria se hospedado na cidade no ano de 1932. A música deu nome à cidade do norte do Paraná, tem história.

Rui Carneiro, político paraibano, amigo de Joubert pediu que fizesse uma música para a amada da cidade natal.  Uma linda cabocla, moradora da ruazinha cheia de ingazeiros no interior da Paraíba. Era retirante. A seca rigorosa a levou para outro lugar e deixou Carneiro desolado. Conhecida como Maria do Ingá, Maringá, é redução literária do poeta.

Se a Estância inspirou Joubert de Carvalho, como fora para Zequinha de Abreu, “Maringá” é música irmã da “Tardes de Lindóia”.

Há paralelo entre Pombal, cidade de Maria de Ingá e as Thermas, atual Águas de Lindóia. Os lindoienses para cursar ensino superior têm que fazer como Maria do Ingá, se retirar para outra cidade.

Uma Faculdade apenas, qualquer que fosse, daria o pontapé inicial, abriria as portas para o ensino superior e estaria de acordo com a prestação de serviço característica do município.

A iniciativa ajudaria a elevar o PIB per capita (Produto Interno Bruto por indivíduo) que se encontra abaixo do nível nacional: R$ 23,9 contra R$ 29,3 por habitante segundo o IBGE, 2015.

Não somente no aspecto econômico. A cidade avançaria na prestação de serviços, instrução, cultura, formação de cidadão mais preparado para o mundo que já está prestes a usar tecnologia de inteligência artificial.

Há necessidade de se reavivar a antiga aspiração da Fundação Educacional de Águas de Lindóia, esquecida nos idos de 1955.

Dessa iniciativa surgiu o Ginásio Municipal, depois, Ginásio Estadual com característica de escola-estância. Hoje envolveria o ensino e pesquisa do clima, questões ambientais, hidroterapia, termalismo e turismo.   

Os resultados surpreenderiam como na inauguração do Ginásio que trouxe a plêiade de excelentes professores de várias Universidades atraídos pelos recursos de saúde e natureza local.

Deste impulso surgiram os primeiros e inéditos diplomas universitários, médicos, engenheiros, professores e advogados entre os lindoienses e todos, hoje setentões sem exceção, foram úteis à sociedade e se deram bem pela vida.

É bem verdade que naquele tempo havia grande atração pela cultura, saber, conhecimento e interesse pela política que representavam a razão de existir. Coincidia com grandes fatos mundiais, o lançamento do primeiro satélite, a Revolução Cubana, a polarização entre os Estados Unidos e a União Soviética. Valia mais quem mais lia, era o princípio inevitável. 

Atualmente as condições são adversas, 25% dos jovens entre idade de 24 a 18 anos são “nem-nem”, nem estudam nem trabalham. Apesar da internet oferecer recursos de textos, matérias, livros grátis têm servido para estimular ódio e extremismos pelas redes sociais.  

O exemplo vem de cima. O governo não está preocupado com a Educação, faz discurso sobre corrupção e ideologia e esquece de estimular o ensino. O Ministro da Educação tornou-se caçador de fantasma perseguidor das Universidades, professores, alunos e funcionários numa luta inglória contra o “comunismo cultural”. Seria o mesmo que desconstruir o balneário porque seu arquiteto Arthur Bratke foi socialista. Destruir os painéis de pastilhas do bebedouro, a maior obra de arte do município, porque o artista Lívio Abramo era comunista trotskista ativo. Ou transformar a praça principal em espaço para Festa de Rodeio uma vez que seu projetista, Burle Marx, foi comunista declarado.

Para fazer propaganda e ser coerente com o combate à corrupção, o busto do Dr. Adhemar de Barros deveria ser removido da praça. Ele foi caçado por corrupção e exilado do país. Em seu lugar se colocaria, provisoriamente, a estátua de Sérgio Moro, até que prove ao contrário do que vem sendo informado pelos jornais de que é mais do mesmo.